Negro, jovem, brilhante. Três elementos que levaram a imprensa a tratar Pelé de forma, no mínimo, injusta: a mesma mídia que idolatrava o seu talento o mantinha atrelado a estereótipos racistas. No aniversário de 80 anos do Rei do Futebol, Marcelo Barreto recebeu a jornalista Angélica Basthi, autora do livro “Pelé: uma estrela negra em campos verdes”.
A dupla debateu a construção da imagem de Pelé, o histórico de racismo da imprensa e a falta de credibilidade quando o Rei “virou” Edson, o homem de negócios. Marcelo Carvalho, do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, também participou do episódio.
– O Brasil (tinha sido) campeão em 1958 e Pelé foi um dos heróis. Na revista O Cruzeiro, a foto do Pelé tinha uma legenda que associava o sorriso dele ao “sorriso maroto do moleque Saci”. Primeiro, é a infantilização – jamais teríamos esse tratamento se fosse um jovem branco. E o Saci é uma associação que, em muitas regiões do país, tem uma conotação altamente negativa – disse Angélica.
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– Esse é um dos exemplos de uma imprensa que exaltava Pelé, mas o deixava sempre no lugar em que um jovem negro deveria ocupar na época – afirmou a jornalista.
FONTE: GE
POR: RONDÔNIA EM AÇÃO